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A Comunicação Acústica dos Elefantes

    Home ciência A Comunicação Acústica dos Elefantes
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    A Comunicação Acústica dos Elefantes

    By seb | ciência | 4 comments | 31 março, 2014 | 7

    Os sinais acústicos (ou sons) são omnidirecionais (viajam em todas as direções) e podem ser transmitidos a uma grande audiência, incluindo ouvintes intencionais e não intencionais, que podem estar à vista ou não. Como os sinais acústicos são propositais e de curto prazo, são utilizados para informar sobre situações imediatas, em vez de estados constantes. Através da reflexão, refração e absorção, os sinais acústicos são reduzidos pelo meio ambiente, de modo muito mais intenso nos casos de sons de alta frequência do que nos casos de sons de baixa frequência. Os elefantes são especialistas na produção de sons de baixa frequência e no uso da comunicação de longa distância.

    comunicação acústica

    Erin vocaliza depois de acasalar com Ed. (©ElephantVoices)

    A gama de sons produzidos pelos elefantes

    Os elefantes produzem uma grande variação de sons, que vão desde bramidos de baixa frequência a sons de frequência mais alta, como trombeteios, roncos, latidos, rugidos e gritos, além de outros chamados idiossincráticos. Os elefantes asiáticos também produzem chilros. O som mais frequente, pelo menos no caso dos elefantes africanos, é o bramido. Você pode encontrar, ouvir e ler a respeito dos sons produzidos no nosso Banco de Dados de Chamados – Tipos de Chamados e Contextos.

    Para compreendermos melhor a variação de sons utilizados por elefantes, podemos compará-los à variação utilizada pelos humanos. Uma típica voz humana masculina conversando flutua em torno de 110 Hertz (Hz, ou ciclos/seg.); a voz feminina, ao redor de 220Hz, e a voz de uma criança, em torno de 300Hz. Nos elefantes, o bramido do macho flutua em torno de 12Hz (mais de 3 oitavas abaixo da voz humana masculina); o de uma fêmea, em torno de 13Hz; e o de um filhote, em torno de 22Hz.

    Na fala humana, o índice de vibração pode variar acima da proporção de 2:1, ou seja, mais que 1 oitava, enquanto a voz de um cantor pode variar mais que 2 oitavas. Comparando com os elefantes, um único chamado pode variar mais de 4 oitavas, começando com um bramido de 27Hz, que evolui para um rugido de 470Hz! Incluindo a harmonia, o chamado dos elefantes pode variar mais de 10 oitavas, indo de um baixo de 10Hz e alcançando um alto de mais de 10.000Hz. Imaginem uma composição musical com alguns elefantes líricos!

    Os elefantes podem produzir sons bastante sutis, como também sons extremamente poderosos. Você pode ouvir dois exemplos clicando nas figuras que aparecem ao lado da tabela, neste link. Alguns dos chamados produzidos por elefantes podem chegar a 112 decibéis (dB) gravados a um metro da fonte. Os decibéis são medidos em escala logarítmica, e, para podermos exemplificar o quão alto o som de alguns elefantes pode chegar, copiamos a informação de uma tabela do The Science of Sound, por T. D. Rossing, que fornece exemplos de sons mais comuns.

    tabela comunicação acústica

    Como os elefantes produzem uma variedade tão grande de sons?

    O som é produzido na medida em que o ar é expelido dos pulmões, passando pelas cordas vocais ou pela laringe, uma estrutura que mede 7,5cm nos elefantes. O ar em movimento leva à vibração das cordas vocais em uma determinada frequência, dependendo do tipo de som que está sendo produzido. A variedade de frequências produzidas resulta do encompridar ou do encurtar das cordas vocais. A coluna de ar vibra no trato vocal estendido ou câmara ressonante e, dependendo da maneira em que o elefante mantém os vários componentes da câmara (tromba, boca, bolsa faríngea, laringe), ele pode modificar e amplificar os diferentes componentes do som.

    Alguns chamados dos elefantes estão associados a determinadas posturas da cabeça e da orelha. Acreditamos que, colocando sua cabeça em determinada posição e movimentando suas orelhas em um determinado ritmo e ângulo, o elefante pode afetar a musculatura em torno da laringe a fim de modificar um chamado e atingir um som desejado. Ouçam um bramido associado ao frenesi sexual, que também está associado a uma forma de movimentar suas orelhas, conhecida como orelhas em ondulação.

    comunicação acústica

    Masaku fazendo movimento de ondas com as orelhas, ou Orelhas em Ondulação / Ear-Waving. (©ElephantVoices)

    Resultados bem diferentes são alcançados com um mesmo tipo de duração e frequência de bramido, dependendo se a boca se encontra aberta ou fechada, se a cabeça está alta ou baixa, as orelhas fixas ou movimentando-se devagar ou rapidamente, ou levantadas ou dobradas. E, dependendo da posição da tromba e da velocidade e duração do ar movimentando-se dentro dela, os elefantes podem produzir uma impressionante gama de sons de alta frequência.

    Os elefantes podem produzir sons de baixa frequência por vários motivos. Em primeiro lugar, produzem sons baixos devido ao tamanho de seu corpo, pois, como nos instrumentos musicais, quanto mais longa e solta a corda vocal, e quanto maior a câmara ressonante, mais baixa será a frequência produzida. Além do tamanho avantajado, os elefantes possuem várias adaptações que os permitem tornar suas câmaras ressonantes ainda maiores e suas cordas vocais mais compridas, produzindo sons ainda mais baixos que os esperados.

    A primeira adaptação é a sua tromba, que, no caso de um macho adulto, pode adicionar até 2m no comprimento da câmara ressonante.

    comunicação acústica

    Handsome, macho do Amboseli. (©ElephantVoices)

    Em segundo lugar, as estruturas do aparelho hioideo (uma série de ossos na base da língua) e a musculatura que dá suporte à língua e à laringe nos elefantes são diferentes dos outros mamíferos. O aparelho hioideo dos elefantes contém cinco, em vez de nove ossos, que são ligados ao crânio por músculos, tendões e ligamentos, e não por ossos, como ocorre na maioria dos outros mamíferos. Isso permite uma maior flexibilidade e movimentação da laringe, o que facilitaria a produção e a ressonância de sons de baixa frequência.

    Em terceiro lugar, na maioria dos mamíferos, o aparelho hioideo dá suporte à língua e à laringe. A estrutura menos rígida nos elefantes também contém uma bolsa faríngea, estrutura única dos elefantes, localizada na base da língua que, além de providenciar uma fonte de água emergencial, também parece auxiliar na formação de sons de baixa frequência.

    Nos seres humanos e, por inferência, também nos elefantes, os músculos da laringe auxiliam na contração e no relaxamento das cordas vocais. Quanto maior a flexibilidade da laringe, maior será a habilidade desses músculos se esticarem e relaxarem, o que afeta a contração e o relaxamento das cordas vocais e, consequentemente, a altura ou a frequência do som produzido. Portanto, a modificação do aparelho hioideo nos elefantes permite acomodar a bolsa faríngea, além de, ao abaixar a laringe que se encontra fixada de forma frouxa, levar também ao aumento da câmara ressonante. Como consequência, os elefantes são capazes de produzir sons de baixíssima frequência.

    A bolsa faríngea

    Diante de temperaturas extremamente altas, os elefantes parecem inserir suas trombas em sua cavidade bucal a fim de retirar água de suas gargantas. O que ocorre é que eles são capazes de armazenar muitos litros de água em sua bolsa faríngea, estrutura essa exclusiva desses animais e localizada na base da língua. Os elefantes são capazes de retirar água armazenada, ao inserir sua tromba na faringe, contrair os músculos periféricos, lacrar a região da ponta da tromba e, então, contrair os músculos da bolsa faríngea de forma que a água seja esguichada para cima, permitindo que o animal encha a sua tromba.

    A transmissão do som

    Os bramidos representam os sons mais frequentemente produzidos pelos elefantes. Esses sons, de baixíssima frequência, foram  denominados de bramidos estomacais, pois se acreditava que eles eram originados no trato digestivo! Esses sons atraíram muito interesse e foram pesquisados, principalmente, por dois motivos. Primeiro, porque seus componentes mais baixos se situam a uma ou duas oitavas abaixo do limite da audição humana. E, em segundo lugar, como esses sons percorrem distâncias maiores do que sons de frequências mais elevadas, os elefantes usam os mais poderosos desses chamados para se comunicarem a longas distâncias.

    comunicação acústica

    Belinda responde a um chamado de contato de sua família. (©ElephantVoices)

    Quando atravessa o ar, o som é atenuado pela lei do inverso do quadrado, em 6 decibéis (dB), para cada vez que se dobra a distância da fonte de som. Portanto, um som de 100dB a um metro da fonte será reduzido a 94dB a 2 metros, a 88dB a 4 metros, a 82dB a 8 metros, e assim por diante. O som também é atenuado, à medida que passa pelo meio ambiente, através da “atenuação excessiva”. O grau de atenuação é afetado pela frequência do som e também pelo tipo de ambiente que ele está percorrendo. Mas, no caso de um som de frequência muito baixa, como no caso do bramir dos elefantes, ocorre muito pouca atenuação excessiva. Em savanas verdejantes ou em florestas, elefantes se comunicando a distâncias superiores a 100m percebem chamados de baixa frequência melhor que chamados de frequência mais alta. Grupos de elefantes muitas vezes têm mais de 100m de diâmetro, e subgrupos são frequentemente separados por vários quilômetros. Eles se comunicam através de seus poderosos bramidos.

    Alguns desses chamados são tão poderosos que chegam a alcançar até 112dB a 1m da fonte. Esses chamados seriam classificados como intoleráveis, na tabela apresentada anteriormente. Qual a distância que este som pode percorrer? Usando a lei do inverso do quadrado, podemos estimar que um som de 112dB a 1m chegaria a aproximadamente 46dB a 2.048m da fonte. Através de gravações, Karen McComb demonstrou que, durante o dia, os elefantes não só detectam, como também reconhecem as vozes de indivíduos a 1-1,5km, podendo chegar até a 2,5km da fonte!

    comunicação acústica

    Em condições propícias, um elefante pode ter uma abrangência de 300 quilômetros quadrados em seu chamado. (©ElephantVoices)

    Algo interessante acontece na transmissão do som, dependendo da hora do dia. Na savana, foi demonstrado que as condições do meio ambiente apresentam um ciclo diurno bastante regular. Já na caída da noite, normalmente ocorre uma grande inversão na temperatura, e isto permanece até o amanhecer. Os momentos mais propícios aos chamados ocorrem durante a formação e a dissipação dessas inversões térmicas, especialmente quando as condições do tempo estão favoráveis (céu claro, tempo firme). Nessa situação, o chamado de um elefante pode abranger uma área de 300km2, que corresponde quase ao tamanho do Parque Nacional Amboseli! Em outras palavras, um elefante pode detectar um chamado de outro elefante a quase 10km de distância. Durante o dia, sem o auxílio da inversão e sob a ação de sol forte com a presença de vento, o alcance do chamado diminui sensivelmente, atingindo uma área de até 150km2.
    Além dos bramidos de baixa frequência serem bastante adequados à comunicação a longa distância, a estrutura harmônica do som permite que os elefantes calculem a distância daquele chamado. Quando próximos, a estrutura harmônica do som permanecerá intacta, mas, à medida que a distância aumentar, as frequências mais altas enfraquecerão, até o ponto em que somente as frequências médias e baixas persistirão.

    A Detecção do Som

    O limite máximo de audição através do ar, em mamíferos, varia de 12 kHz (elefantes) a 114kHz (morcego marrom), e o limite mínimo varia de menos de 0,016kHz (elefantes) a 10,3kHz (morcego marrom), uma variação de mais de 9 oitavas.

    Mamíferos com pequenas cabeças e orelhas próximas têm uma melhor percepção de sons de alta frequência, se comparados a animais com grandes cabeças e orelhas bem espaçadas. Os grandes mamíferos geralmente são especializados em sons de baixa frequência, pois um crânio maior acomoda canais auditivos mais longos, membranas timpânicas maiores (a membrana que separa o ouvido médio do ouvido externo), além de ouvidos médios maiores. De que maneira estes fatores favorecem uma maior sensibilidade aos sons de baixas frequências?

    comunicação acústica

    Fêmea reagindo a um som. (©ElephantVoices)

    Na audição normal, as ondas sonoras causam a vibração do tímpano e dos ossículos do ouvido médio, produzindo movimentos na janela oval e mudando o gradiente de pressão do fluido coclear.

    Uma dificuldade com sons de baixa frequência é o nível do sinal para a proporção de ruído. Em frequências mais baixas, há uma tendência de haver mais ruído ao fundo. Desse modo, os animais especializados em escutar sons de baixa frequência têm que ter um modo de distinguir sinal de ruído. A quantidade de energia de som coletada pela membrana timpânica aumenta conforme aumenta a área da membrana, aumentando assim o sinal para a proporção de ruído ao nível do ouvido interno. Assim, quanto maior a membrana timpânica, mais o animal está apto a ouvir sons de baixa frequência. Os pequenos ossos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo) têm que resistir às forças maiores produzidas pela vibração de uma membrana timpânica maior, então animais com membranas timpânicas maiores também têm ossículos do ouvido médio relativamente maciços. Uma bigorna de uma elefanta africana adulta (coletada por Joyce do crânio de uma elefanta chamada Emily, que morreu em setembro de 1989, quando tinha 39 anos) pesava 237mg. O martelo e o estribo dessa elefanta foram estimados por Numella e seus colegas em 278mg e 22,6mg, respectivamente, e a membrana timpânica teria 866mm quadrados.

    Membranas timpânicas maiores apresentam, entretanto, um problema:  as membranas timpânicas dos mamíferos são extremamente finas, e o risco de se ferirem e se machucarem deve ser a razão pela qual as membranas timpânicas da maioria dos adultos maiores tenham se tornado grandes demais. O enorme crânio dos elefantes, contudo, permitiu uma evolução do canal do ouvido externo para aproximadamente 20cm de comprimento, provendo proteção adequada para essa grande membrana timpânica. Uma vez que os grandes ossos do ouvido médio dos elefantes não impedem a transmissão dos sons de baixa frequência e a grande membrana timpânica permite sinais altos para a proporção de ruídos, o ouvido médio dos elefantes reflete uma adaptação especial para ouvir sons de baixas frequências.

    Finalmente, mais uma estrutura do ouvido dos elefantes – a cóclea – pode facilitar a audição de sons de baixa frequência. Junto com seus parentes, os sirênios (obs.: a ordem dos sirênios é composta por mamíferos aquáticos predominantemente herbívoros, parentes próximos dos atuais elefantes) – peixes-boi e dugongos –, os elefantes são os únicos entre os mamíferos modernos a terem retrocedido a uma estrutura da cóclea parecida com a dos répteis, o que pode facilitar uma grande sensibilidade a baixas frequências. Uma vez que a estrutura da cóclea dos répteis facilita uma aguçada sensibilidade a vibrações, foi sugerido que uma estrutura similar nos elefantes também pode ajudá-los a detectar sinais de vibração.

    comunicação acústica

    Elefantes agrupados e tentando estimar o nível de perigo, ao ouvir uma gravação de chamados de hienas. (©ElephantVoices)

    Então, com todas essas adaptações especiais, o quão baixo os elefantes podem ouvir? O único estudo sobre a sensibilidade auditiva dos elefantes foi desenvolvido com os elefantes asiáticos. Infelizmente, o estudo foi concluído dois anos antes de se descobrir que os elefantes produziam sons de baixíssima frequência e, portanto, não foram testados esses sons. Mas sabemos, através desse estudo, que os elefantes ouvem muito bem nas frequências de ultrassom (abaixo da audição humana). Uma elefanta asiática em particular podia ouvir sons tão baixos como 16Hz a 65dB. Uma vez que 65dB pode ser descrito como um som de moderado a barulhento, presumivelmente elefantes podem ouvir significativamente mais baixo do que isso. Joyce tem gravações de chamados de elefantes tão baixos como 8Hz, e outros reportaram sons de 5Hz, então parece que os elefantes têm um modo de detectar esses sons de baixíssimas frequências, pois, de outro modo, por que os produziriam? Estudos recentes mostraram que os bramidos dos elefantes também são transmitidos através do solo, ou sismicamente. Se algum dia descobrirmos que os elefantes não podem ouvir sons tão baixos quanto 5Hz, então poderemos concluir que eles os recebem com a ajuda de seus sensíveis pés (você pode ler mais sobre isso em Comunicação Sísmica).

    Por outro lado, os elefantes não podem escutar acima de 12 kHz, tornando-se os animais com o mais baixo limite de audição de alta frequência entre qualquer mamífero testado.

    Localização do Som

    Elefantes são muito bons para localizar sons. Foi sugerido que quanto maior o espaço entre as orelhas do animal (distância interauricular), maior sua habilidade de localizar sons, pois a diferença entre o tempo e a intensidade em que atingem cada ouvido pode ser usada como pista para a localização do som. Os elefantes estendem suas orelhas perpendicularmente a suas cabeças para melhor localizarem os sons.

    comunicação acústica

    Elefante do Amboseli tentando localizar um chamado de outro elefante. (©ElephantVoices)

    Uma elefanta asiática jovem cuja audição foi testada era capaz de localizar cliques e estouros ruidosos com alcance de 1 grau. Ela era menos eficiente para distinguir tons, mas era mais capacitada para distinguir tons de baixa frequência do que de frequência mais elevada. Abaixo de aproximadamente 300Hz ela era capaz de localizar tons de 10 graus com 75% de precisão; de 20 graus, com cerca de 80% de precisão; e de 30 graus, com cerca de 90% de precisão.

     
    Link para o texto original da ElephantVoices.

    ciência, comunicação, comunicação acústica
    • VANDA março 31, 2014 at 10:03 pm

      Como é bom saber mais e mais sobre elefantes amo!!!!

    • Eliani abril 2, 2014 at 8:24 pm

      Adorei a matéria, interessantíssima curto elefantes. Gratidão SOS pesquisadores e a estas informações.

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    O SEB

    O Santuário de Elefantes Brasil (SEB) é uma organização sem fins lucrativos que ajuda a transformar as vidas e o futuro dos elefantes cativos da América do Sul, devolvendo a eles a liberdade de poder ser quem querem e merecem ser – elefantes.

     

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    Santuário de Elefantes Brasil

    elefantesbrasil

    Sabíamos que estávamos chegando ao fim da estaç Sabíamos que estávamos chegando ao fim da estação seca, mas tivemos uma agradável surpresa com uma forte tempestade nesta semana — a estação chuvosa começou oficialmente! Antes da chuva cair, uma das tratadoras notou Kenya cheirando o ar, com a tromba erguida na direção da tempestade, como um snorkel. Depois de um minuto, ela entrou na vegetação. Não sabemos se já viveu algo assim antes: em Mendoza chove cerca de 25 cm por ano, enquanto aqui na região do santuário a média é de quase 200 cm. É natural que ela estivesse curiosa.

Nos dias de chuva, as elefantes asiáticas ficam muito brincalhonas, cobertas de lama ou se divertindo no lago — e as africanas parecem reagir da mesma forma. Kenya, por exemplo, começou a se agitar entre as árvores; víamos o topo balançando até ouvir um estalo alto, e ela surgiu dos arbustos parecendo bem satisfeita consigo mesma. Enquanto isso, Pupy aproveitou para brincar no poço de lama que criou perto do bebedouro, agora ainda mais divertido com a chuva.

As duas jantaram juntas no Recinto 1, lado a lado. Pupy continua se aproximando de lado, virando o corpo de forma cautelosa — um comportamento típico de quem ainda está se protegendo. Kenya nunca se mostrou agressiva, mas o passado de Pupy com Kuky e Mara pode influenciar sua forma de se relacionar. Ambas parecem estar curtindo o tempo juntas e sozinhas, se afastando e voltando a se encontrar com roncos suaves e tranquilidade.

P.S.: Com as chuvas frequentes, a pele de Kenya começará a se recuperar. A chuva hidrata melhor do que qualquer banho, penetrando profundamente. As camadas ressecadas vão começar a se soltar e, em poucas semanas, já será possível notar a diferença — embora o processo completo leve meses.

 #elefantes #elefantesbrasil #seb #santuariodeelefantes #santuariodeelefantesbrasil #vempramanada #matogrosso #chapadadosguimaraes #elefantesafricanos #Kenya #kenyanoseb #Pupy #pupynoseb
    Se você está procurando um Sorriso de Domingo ne Se você está procurando um Sorriso de Domingo nesta semana, ele vem na forma de uma Mara com expressão de contentamento. Entramos na primavera, já perto do fim da estação seca, então há muitas folhas marrons misturadas às verdes. Mas, não importa a época, sempre há algo florescendo. Nas últimas semanas, essas lindas flores roxas (que acreditamos ser de um ipê-roxo) começaram a aparecer por toda parte. Mara é o modelo perfeito para exibir as cores do santuário neste dia. 🌸🐘

 #elefantes #elefantesbrasil #seb #santuariodeelefantes #santuariodeelefantesbrasil #matogrosso #chapadadosguimaraes #vempramanada #mara
    É o Dia Mundial dos Animais e, embora nosso foco É o Dia Mundial dos Animais e, embora nosso foco principal sejam os elefantes, hoje queremos destacar o trabalho incrível que nossa equipe realiza no cuidado de animais nativos. Temos um programa de reabilitação e soltura que atende à fauna da região que precisa de cuidados médicos – ou apenas de um pouco de acolhimento até que estejam fortes ou saudáveis o suficiente para viver por conta própria. Esse programa não estava em nossos planos iniciais, mas ao chegarmos aqui percebemos que havia uma necessidade não atendida. Os elefantes sempre serão o coração do que fazemos, mas garantir que a vida selvagem local permaneça saudável é essencial para que o santuário prospere. Somos gratos por fazer parte deste ecossistema extraordinário e acreditamos que temos a responsabilidade de proteger o mundo natural ao nosso redor.

O Cerrado brasileiro abriga uma impressionante variedade de espécies, algumas ameaçadas de extinção – como as muitas antas que circulam pela propriedade. Antas, tucanos, araras, veados, jabutis, tamanduás, corujas, uma harpia e até uma águia-coroada criticamente ameaçada já encontraram um lar temporário no Santuário de Elefantes Brasil. Estamos constantemente aprimorando nossas instalações e criamos um sistema que permite que os animais passem de espaços menores e seguros para recintos maiores, à medida que se recuperam e se tornam mais independentes. Mais recentemente, conseguimos reabilitar e soltar alguns tamanduás-mirins, que se reintegraram com sucesso à floresta.

Temos tido ótimos resultados até agora, mas precisamos de mais espaço para acolher a fauna que chega em busca de cuidados. O SEB conta com uma equipe experiente e um plano integrado que inclui atendimento veterinário completo, pesquisa ambiental e monitoramento das diversas espécies da região. Kat tem treinamento especializado em técnicas de reabilitação, e nossa equipe de veterinários e biólogos garante que cada animal receba a atenção necessária durante sua recuperação. Nossa filosofia é manter os animais o mais selvagens possível, para que não fiquem dependentes ou excessivamente habituados aos humanos.

Seu apoio é fundamental!
    Aqueles que acompanham os EleFacts sabem que os el Aqueles que acompanham os EleFacts sabem que os elefantes são considerados uma “espécie-chave”, ou seja, são essenciais para a sobrevivência de muitas plantas e animais em seu ecossistema. No santuário, já observamos que partes de árvores derrubadas crescem mais rápido do que o esperado, pois as árvores espalham sementes quando caem e os elefantes também as dispersam ao defecar. Além disso, o espaço aberto por eles permite a entrada de luz, que nutre plantas e animais menores. Os elefantes ajudam vastas áreas a florescerem – áreas que correm cada vez mais perigo à medida que sua população diminui.

Um estudo publicado recentemente na revista Science Advances propõe que os elefantes africanos e as árvores de ébano têm uma relação de impacto mútuo e benéfico. Os elefantes florestais acham os frutos do ébano especialmente saborosos e, ao se alimentarem deles, espalham uma grande quantidade de sementes através de suas fezes, distribuindo-as conforme se deslocam. Esse processo desempenha um papel fundamental no sucesso das árvores de ébano, que são frequentemente superexploradas para uso humano – o que torna qualquer forma de dispersão de sementes ainda mais importante.

Como o número de elefantes africanos continua a cair, essa conexão vital ameaça também as árvores de ébano, algo evidenciado pela queda de 68% nas amostras de sementes coletadas na área estudada ao longo de alguns anos. A diminuição dessas árvores também reduz a quantidade de carbono absorvido das áreas florestais. Se as árvores de ébano estiverem em risco, isso terá um grande impacto no clima em toda a região onde os elefantes vivem. Além disso, plantas e animais menores terão mais dificuldade para sobreviver devido ao aumento da cobertura das árvores (o que significa menos entrada de luz solar). Isso reforça ainda mais o fato de que os elefantes têm um alcance muito maior do que se imagina, impactando amplamente todo o ecossistema.
    AUMENTE O VOLUME! Rana e Mara geralmente recebem t AUMENTE O VOLUME! Rana e Mara geralmente recebem tratamentos em dias alternados, na maioria das vezes após o café da manhã. Às vezes, elas entram juntas no galpão ou uma fica por perto enquanto a outra realiza a sessão. Neste dia, Mara estava no Recinto 1, próximo ao galpão, enquanto Rana recebia seu banho de patas, mas ela não ficou quieta por muito tempo.

Mara estava entrando no lamaçal e você pode ver que suas patas estavam molhadas quase até os joelhos. Enquanto espirrava, ouvimos uma trombeta e vimos Mara se dirigindo rapidamente para Rana, vocalizando e andando em um ritmo bem rápido para uma “vovó” como ela. Claro que tratamentos como o que Rana estava recebendo não eram urgentes, e poderíamos retomá-los mais tarde, especialmente porque ela já havia terminado o banho de patas. Em vez disso, parecia melhor dar um tempo para as duas ficarem juntas, celebrando sua relação, já que havia tanta excitação no ar. Nesses momentos, Rana quer se juntar à irmã e comemorar o que quer que elas sintam ser especial, então damos essa oportunidade a ela.

As duas elefantas se acalmaram um pouco quando Scott se aproximou. Obviamente, os tratadores não conseguiram registrar os primeiros momentos da corrida de Mara em direção a Rana, pois estavam concentrados em trabalhar com Rana, mas os minutos seguintes ainda são muito alegres de se assistir.

P.S.: Você pode notar que Rana tem uma área medicada na lateral da pata dianteira direita. Ela possui uma úlcera de pressão com mais de uma década, provavelmente causada por deitar sobre superfícies duras ou por uma antiga ferida de gancho que se transformou em úlcera de pressão. Notamos isso antes dela chegar ao santuário, e o veterinário disse que nunca havia sido tratada. Mesmo agora, a ferida não cicatrizou completamente, mas para prevenir infecções, ela é medicada regularmente. A úlcera diminuiu desde que ela chegou, e há uma empresa nos EUA que produz e ajusta uma pomada específica para ela. Mas, ao lidar com uma ferida de décadas, especialmente uma úlcera de pressão, nem sempre é possível uma recuperação total.
    Na manhã seguinte à primeira noite dividindo o m Na manhã seguinte à primeira noite dividindo o mesmo recinto, Pupy e Kenya foram vistas no Recinto 1, ambas dentro do Club Mud. Inicialmente estavam lado a lado e depois se separaram, mas não se afastaram muito uma da outra. A energia entre elas era tranquila e serena, e as duas deixaram a lama mais ou menos ao mesmo tempo, indo em direção à cerca para receber o café da manhã. Os tratadores as incentivaram a entrar no galpão para se alimentarem, enquanto todos os recintos do habitat eram limpos.

Quando terminaram e os recintos já estavam prontos, abrimos os portões de todos os espaços: Pupy seguiu para o Recinto 3 e Kenya permaneceu no 1. Elas tinham acesso uma à outra, mas optaram por ficar separadas durante boa parte da manhã e do início da tarde. Por volta das 14h30, Kenya entrou no Recinto 3 e passou um tempo com Pupy perto do bebedouro – um de seus lugares favoritos. Em alguns momentos, ficaram lado a lado, com os quadris encostando; em outros, Pupy se afastava um ou dois postes de cerca, fazia uma breve pausa de alguns minutos e voltava. Um pouco depois, ela chegou a se afastar três postes, parecendo considerar ir embora, mas retornou para perto de Kenya.

Na hora do jantar, estavam posicionadas nos mesmos pontos dos recintos em que começaram o dia. Mantivemos os portões abertos, mas decidiram jantar em locais diferentes: Kenya no 1 e Pupy no 2. Quando os tratadores voltaram ao escritório e verificaram as câmeras de observação, ambas já estavam no Recinto 2.

Ao longo de toda a tarde, Pupy demonstrou como o espaço pode ser essencial para trazer conforto. Depois de algumas horas com Kenya pela manhã, talvez ela precisasse de um tempo de calma para relaxar e se recompor. Por meio de sinais vocais, postura, comportamento e até comunicações sonoras, Pupy de alguma forma fez Kenya entender que precisava de um tempo sozinha – e Kenya respeitou esse pedido. Se Pupy não tivesse a chance de se afastar, poderia ficar estressada e talvez menos disposta a interagir com Kenya. Ela ainda está em processo de cura, e sua amizade com Kenya pode continuar a crescer, mas é fundamental que Pupy se sinta segura para que essa relação seja realmente bem-sucedida.
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