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O mais incrível horticultor do mundo

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    O mais incrível horticultor do mundo

    By seb | ciência | 1 comment | 7 dezembro, 2013 | 0

    Por Jeremy Hance
    Entrevista com Stephen Blake e Ahimsa Campos-Arceiz
    Mongabay.com
    Publicado em 25/04/2011

    Continuação do post Elefantes: os jardineiros das florestas asiáticas e africanas

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    Fruta Dilenia indica, uma iguaria para os elefantes. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.



    Em uma entrevista, em Abril de 2011, Stephan Blake e Ahimsa Campos-Arceiz discutiram a importância de elefantes africanos e asiáticos para a dispersão de sementes tropicais, as várias ameaças que os elefantes estão enfrentando e as formas de salvar o mais incrível horticultor do mundo.

    ENTREVISTA COM SPEPHAN BLAKE E AHIMSA CAMPOS-ARCEIZ

    Mongabay: Qual é sua experiência anterior?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Eu sou da Espanha, mas me mudei para a Ásia quase uma década atrás. Desde então tenho estudado grandes herbívoros asiáticos, principalmente elefantes, em Sri Lanka, mas também gazelas da Mongólia, veado sika Japonês e antas da Malásia. Depois de muitos anos com base na Universidade de Tóquio e de um curto período na Universidade Nacional de Cingapura, estou agora em Kuala Lumpur, Malásia, trabalhando no campus da Universidade de Nottingham.

    Stephen Blake: Eu sou Britânico. Comecei trabalhando na Bacia do Congo, em 1990, em um orfanato de gorilas e, depois, com a Wildlife Conservation Society, em 1993. Fiz um mestrado (1993) e um doutorado (2002) na Universidade de Edimburgo – Um PhD em ecologia de elefantes africanos da floresta. Agora sou um pesquisador para o Max Planck Institute de Ornitologia, trabalhando com tartarugas de Galápagos.

    ELEFANTES: OS MEGAJARDINEIROS

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    Leguminosas brotando das fezes de elefantes em Bago Yoma, Myanmar. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.

    Mongabay: Por que elefantes são importantes para as florestas que eles habitam?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Elefantes são importantes porque eles têm uma função única nessas florestas. Todos os animais estão envolvidos de alguma forma nos processos do ecossistema, mas os elefantes, sendo os maiores animais da floresta, estão envolvidos de formas únicas. Elefantes alteram a estrutura física da vegetação quando se alimentam, mobilizam grandes quantidades de nutrientes com suas fezes, fornecem comida e geram habitats para um grande número de vertebrados e invertebrados e, é claro, dispersam as sementes de muitas plantas que consomem, promovendo, portanto, a manutenção e a regeneração da floresta.

    Stephen Blake: Lembremo-nos também de que, em uma densidade natural, elefantes podem formar a maior parte da biomassa de mamíferos em florestas tropicais. Portanto, os elefantes usam uma grande parte da energia que flui dos animais. O tamanho de seu corpo significa que fazem coisas que outros animais simplesmente não podem fazer, como transportar sementes por distâncias maiores do que outros dispersores.

    Mongabay: Qual das espécies de elefantes é a melhor dispersora de sementes?

    Ahimsa Campos-Arceiz: No nosso artigo, mostramos que elefantes africanos da floresta são os melhores dispersores de sementes. eles dispersam um enorme número de sementes, de uma grande variedade de plantas, de uma forma muito eficaz (ex.: por distâncias muito grandes e melhorando sua capacidade de germinação). Elefantes africanos da savana e asiáticos também dispersam muitas sementes e podem ser extremamente importantes, mas parecem ser menos frugívoros (nós também sabemos menos sobre suas funções em dispersão de sementes).

    Mongabay: Por que você acha que elefantes asiáticos dispersam menos sementes?

    Ahimsa Campos-Arceiz: De certa forma, isso me surpreende. Acho que a maior diferença está nas florestas asiáticas, em vez de nos elefantes. No sudeste asiático, florestas são dominadas por dipterocarpáceas – árvores que são dispersadas pelo vento e que têm complexos ciclos supra-anuais (menos de um ciclo por ano) de frutificação em massa, conhecido como mast fruiting. Árvores que não são dipterocarpáceas constantemente seguem esses ciclos de frutificação em massa também. Para animais frugívoros, isso significa que frutas são uma fonte de comida menos abundante e confiável do que em outras florestas tropicais. Isso, provavelmente, é umas das razões que fazem os elefantes asiáticos parecerem ser menos frugívoros do que seus parentes, os elefantes africanos da floresta, apesar de, fora isso, terem muitas semelhanças em suas ecologias. De qualquer forma, elefantes asiáticos gostam muito de frutas grandes e suculentas e seria bem interessante estudar sua importância como um dispersor de sementes durante os episódios de frutificação em massa.

    Stephen Blake: Concordo: são a composição e a estrutura da floresta, não uma escolha inerente feita pelos elefantes. Elefantes africanos da savana geralmente não dispersam muitas sementes, mas coloque-os na floresta de Kibale, em Uganda, onde há acesso a frutas, e eles se tornarão formidáveis dispersores de sementes… nenhum mamífero de grande porte que é generalista em sua dieta vai recusar uma boa alimentação de frutas, se esta estiver disponível.

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    Montes velhos de fezes de elefantes se tornam áreas férteis para a germinação de sementes. Foto: Stephen Blake.

    Mongabay: Há evidência de que os elefantes sejam os únicos dispersores de algumas espécies?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Sim, há vários exemplos de plantas cujas sementes são dispersadas somente por elefantes. O melhor caso documentado é a relação entre a Balanites wilsoniana e o elefante africano da savana, em Uganda. Vários estudos descobriram que elefantes consomem e dispersam muitas sementes de Balanites; que nenhum outro animal dispersa essas sementes que, ao serem consumidas por elefantes, têm sua capacidade de germinação aumentada; e, ainda, que, em lugares sem elefantes, não há árvores jovens de Balanites longe de árvores adultas. Steve Blake também documentou 13 espécies que, em grande parte, dependem dos elefantes africanos da floresta para dispersarem suas sementes na floresta de Ndoki, no Congo.

    Na Ásia, não temos um caso bem documentado. Estou atualmente preparando estudos no Sri Lanka e na Malásia, observando espécies que dependem obrigatoriamente de elefantes asiáticos para sua dispersão. Definitivamente, precisamos de mais pessoas estudando a relação entre elefantes e as chamadas frutas da síndrome da megafauna (as espécies que supostamente se adaptaram para serem dispersadas pela megafauna). E, sim, isso é um chamado para os estudantes asiáticos que se interessem pelo tópico!

    Stephen Blake: Humanos têm uma sobreposição considerável com as coisas relacionadas a grandes sementes. nossa estimativa de 13, no Congo, foi provavelmente muito alta, principalmente se humanos estiverem incluídos – e eles têm que estar incluídos. Para mim, o ponto principal não é saber de quantas espécies os elefantes são os únicos dispersores, mas o impacto cumulativo da dispersão por elefantes… é claro que a diminuição da quantidade de algumas árvores por causa do desaparecimento de elefantes é prejudicial, mas, se a Balanites for extinta, é improvável que isso tenha um grande impacto no ecossistema da floresta. Entretanto, o fato de elefantes se tornarem extintos significa que o equilíbrio competitivo de muitas e muitas espécies – indiscutivelmente mais de 100, na África Central – favorecerá aquelas que têm sua dispersão feita por fatores abióticos (não biológicos, como o vento). Isso é um fator fundamental, de um ponto de vista ecológico.

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    Broto de Sandoricum Koetjape, em Taman Negara, na Malásia. Foto por: Ahimsa Campos-Arceiz.

    Mongabay: Como a inteligência dos elefantes os ajuda a acharem alimentos e, consequentemente, dispersarem sementes?

    Stephen Blake: O quão importante a inteligência é, é difícil dizer, sem estudos específicos, mas é provável que seja muito importante.

    Ahimsa Campos-Arceiz: Deve ter uma função importante. Encontrar frutas na floresta é bem desafiador porque fruta é um recurso muito cumulativo – em espaço e tempo –, e as plantas com frutas grandes que são dispersadas por elefantes frequentemente ocorrem em densidades bem baixas. Em nosso artigo, nós especulamos que elefantes provavelmente possuem mapas cognitivos que permitem que eles lembrem onde e quando frutas estão provavelmente disponíveis, muito parecido com o fato de os elefantes da savana saberem onde encontrar água durante épocas de seca. Chimpanzés são conhecidos por usar esses mapas cognitivos em sua busca por frutas.

    Fora a memória individual, elefantes têm uma “memória espacial societal” na forma de trilhas permanentes, abertas na floresta por gerações de elefantes movendo-se de e para fontes confiáveis. Como Steve descreveu em um artigo anterior, essas trilhas “aprisionam” árvores frutíferas e outros recursos importantes. É claro que, através de seus movimentos por essas trilhas, elefantes também dispersam um maior número de sementes em volta delas, em um processo de “aperfeiçoamento” do habitat que se autorreforça.

    Mongabay: Quão longe os elefantes dispersam sementes? Por que isso importa?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Elefantes dispersam sementes grandes por vários quilômetros regularmente. Em meu estudo com elefantes asiáticos, descobri que, em Sri Lanka e Myanmar, eles dispersam 57% de sementes por mais de 1 quilômetro de distância da planta- mãe, com uma distância máxima de até aproximadamente 6 quilômetros (observando dados não publicados de uma população birmanesa diferente, descobri distâncias de dispersão de mais de 20 quilômetros!). Mas essas distâncias parecem curtas, comparadas com o que Steve descreve sobre o Congo, onde elefantes africanos de floresta dispersam 82% de sementes por distâncias maiores que 1 quilômetro, e algumas sementes por distâncias de até 57 quilômetros!! Essas são realmente distâncias de dispersão sem precedentes para sementes grandes de floresta – a maioria dos animais dispersores de sementes em florestas tropicais soltam as sementes apenas a uns 10 ou 100 metros da fonte.

    Distância de dispersão é um dos fatores mais determinantes de distribuição espacial de sementes, o que tem uma influência importante no padrão de distribuição de árvores e, consequentemente, na estrutura da floresta. Árvores dispersadas por longas distâncias pelos elefantes têm uma ampla distribuição geográfica, baixo nível de agregação espacial e ocorrem em baixas densidades. Dispersão de sementes por longas distâncias também tem um fator chave em processos como migração de plantas (ex.: em resposta à mudança climática), conexão de populações isoladas (ex.: em cenários de florestas fragmentadas), e recolonização de habitats degradados (ex.: depois do abandono de campos de agricultura).

    Mongabay: Se elefantes não estiverem mais presentes, outras espécies os substituirão, em termos de dispersão de sementes?

    Stephen Blake: A perda de elefantes é precursora do colapso das populações de mamíferos de grande porte, geralmente devido ao comércio da carne de caça. então, espécies que poderiam substituir um pouco o papel dos elefantes, com esse alívio da competição – gorilas, chimpanzés, antílopes de floresta etc., também não estarão presentes. Na Bacia do Congo, isso é agravado pelo vírus Ebola, por exemplo, que acaba com os gorilas em vastas áreas de floresta. Assim, nós não deveríamos ver o desaparecimento dos elefantes como um evento isolado, mas sim como um sinal mais óbvio de um amplo colapso ecológico.

    Ahimsa Campos-Arceiz: Plantas raramente colocam “todos os ovos de sua dispersão em uma única cesta”’ – elas geralmente têm vários mecanismos complementares para dispersão. A maioria das frutas suculentas são dispersadas por uma variedade de animais, os quais continuam dispersando sementes, na falta de elefantes. Geralmente há algum nível de redundância funcional.

    No caso dos elefantes, entretanto, por causa de suas características funcionais exclusivas, há menos redundância e mecanismos para compensar sua perda. Algumas plantas com sementes muito grandes talvez não achem nenhum outro animal dispersor (ex.: Balanites wilsoniana, na África, ou Borassus flabelifer, na Ásia). E mesmo que haja animais que ainda dispersem as sementes (ex.: roedores acumuladores de alimentos), o padrão espacial de dispersão poderia mudar drasticamente, resultando em uma trajetória ecológica diferente para a planta (ex.: restrição da distribuição geográfica da espécie, distribuição espacial mais aglomerada dos adultos, aumento da estrutura genética local e, principalmente, desaparecimento de muitas populações).

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    Estradas secundárias, estradas terciárias e trilhas para equipamentos de extração de madeira (como esta acima) abrem muitas esquinas na floresta no Congo, ameaçando elefantes e outras espécies. Foto: D. Wilkie.

    Mongabay: Como você acredita que florestas irão mudar, se populações de elefantes diminuírem rapidamente ou se até forem extintas localmente?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Elefantes já desapareceram de áreas grandes da África, da Ásia e das Américas, então florestas já devem ter mudado. As mudanças principais que podemos esperar são: plantas com frutas e sementes grandes (especializadas em dispersão por megafauna) fracassarão em sua propagação e se tornarão cada vez mais raras, até que eventualmente desapareçam; plantas que são dispersadas por elefantes e outros animais verão seu padrão de dispersão modificado, o que resultará em diminuição de distribuição geográfica, aumento de agregação espacial e de estrutura genética de populações e maior risco de desaparecimento local; e plantas que não são dispersadas por animais de grande porte (principalmente as que são dispersadas por fatores abióticos (não biológicos, como o vento) ganharão vantagem competitiva e se tornarão mais dominantes. No geral, podemos esperar uma perda de biodiversidade e de simplificação da estrutura e da função da floresta.

    CONSERVAÇÃO DE ELEFANTES

    Mongabay: Qual é a diferença entre elefantes africanos da floresta e da savana? Um estudo recente descobriu que o elefante africano da floresta é uma espécie distinta. Você acredita nisso?

    Stephen Blake: Tudo ainda é discutível. Um novo artigo acabou de sair no PLOS Biology, falando sobre “especiação profunda entre elefantes africanos”, mas tudo ainda é uma questão de opinião. No momento, o grupo especialista em elefantes africanos ainda considera duas subespécies para os elefantes africanos.

    Mongabay: Se eles são espécies diferentes, quais são as implicações disso para conservação?

    Stephen Blake: Com relação à conservação, eu não tenho certeza de que ter duas espécies distintas definidas fará muita diferença em termos práticos, mas, no curto e médio prazo, isso pode tornar as coisas mais difíceis para o elefante da floresta: A CITES imediatamente abriria o mercado para elefantes da savana, o que aumentaria o preço do marfim no mercado mundial, aumentando assim sua demanda. O aumento na demanda e nos preços tornaria as operações no mercado negro ainda mais lucrativas e viáveis, na falta de uma implementação eficaz da lei. O fator -chave é a implementação da lei, já que, porque esta é muitas vezes fraca em países exportadores e importadores, por causa da corrupção e da falta de fundos e de competência, fica mais fácil transferir marfim ilegal da bacia do Congo para o mercado mundial. No momento, comerciantes dizem que esse não é o caso, e que o mercado legal seria bem controlado, mas suas evidências para isso são escassas.

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    Elefante asiático macho atravessando uma estrada perto do Parque Nacional de Bundala, Sri Lanka. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.

    Mongabay: Qual é o status das populações de elefantes africanos da floresta?

    Stephen Blake: O status das populações de elefantes africanos varia muito entre diferentes regiões e grupos taxonômicos. As populações de Elefantes do sul da África estão estáveis ou, em geral, aumentando; as do leste africano, também; e as de elefantes africanos da floresta e da savana da África central estão em rápido declínio, por causa da caça ilegal e da perda de habitat. Elefantes do oeste africano parecem estar relativamente estáveis, mas eles estão muito fragmentados e geralmente são encontrados em populações pequenininhas, então a perspectiva para eles é bem ruim. Eu acho que as nações do sul da África estão satisfeitas com a perspectiva de estabilidade para seus elefantes. No entanto, com o enriquecimento da classe média Chinesa e com a Ásia comprando cada vez mais da África, nós veremos um aumento dramático na demanda por marfim e no seu preço no mercado negro, independentemente do que aconteça com o mercado legal. Combine isso com influência política e corrupção, e nós estamos prontos para ver elefantes serem muito afetados em áreas que são seguras agora. (obs.: esta entrevista é de abril de 2011, e, como previsto, nos últimos dois anos houve aumento da demanda por marfim, e os elefantes enfrentam hoje uma matança sem precedentes.)

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    Este elefante, no campo de óleo de Gamba, no Gabão, tem uma armadilha presa à sua pata dianteira esquerda. Capturar elefantes com armadilhas é uma forma eficaz de matá-los, em partes da África central. Foto: Stephen Blake.

    Mongabay: E qual é o status das populações de elefantes asiáticos?

    Ahimsa Campos-Arceiz: A situação das populações de elefantes asiáticos é complexa. Algo fácil de entender é que o número de elefantes asiáticos está diminuindo rapidamente, e, hoje, eles existem principalmente em populações pequenas e fragmentadas. Elefantes asiáticos perderam a maior parte – provavelmente 95% – da extensão territorial que eles ocupavam historicamente. Esse declínio ainda está acontecendo, com uma estimativa de 80% de perda da extensão geográfica durante o século 20 (!!). Hoje em dia, um, em cada três elefantes asiáticos, é um animal de cativeiro. E países como Myanmar e Tailândia talvez tenham mais elefantes em cativeiro do que selvagens. Então as coisas não estão parecendo boas para os elefantes asiáticos.

    Além disso, elefantes asiáticos habitam alguns dos países mais populosos do mundo. A atual densidade local de elefantes asiáticos em áreas do Sri Lanka, da Índia e de outros países é, no momento, insustentavelmente alta, porque elefantes que moram perto de pessoas inevitavelmente recorrem à invasão de terras cultiváveis, gerando vários conflitos entre humanos e elefantes (HEC), levando ao assassinato desses animais por retaliação e, eventualmente, à eliminação de populações inteiras. Em muitas áreas, os elefantes asiáticos são vistos como “as pestes muito abundantes da agricultura”. Porque elefantes são animais de vida longa, nós precisamos incutir, em nossa mente, que os efeitos demográficos aparecem muito tempo depois de mudanças ambientais. Muitas populações de elefantes asiáticos que atualmente estão sofrendo intensos conflitos entre humanos e elefantes (HEC) podem ser consideradas populações mortas-vivas, com poucas esperanças para o futuro, a longo prazo.

    Mongabay: Que medidas de conservação você sugeriria para os elefantes asiáticos?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Na minha opinião, a prioridade na Ásia é aprender a lidar com os conflitos entre humanos e elefantes. Até agora, esses conflitos sempre levaram à extinção local de elefantes. Com as populações humanas se expandindo, há cada vez menos elefantes que conseguem viver sem interagir com as pessoas. Nós precisamos aprender maneiras de minimizar o dano causado por elefantes em comunidades locais (através da compreensão de fatores ecológicos e comportamentais que levam à invasão de campos de agricultura) e de aumentar o nível de tolerância das pessoas (morar com elefantes envolve riscos e consequências que não podem ser completamente ignoradas). Não vai ser fácil, mas compreender os reais impactos dos conflitos entre humanos e elefantes na vida das pessoas e os fatores socioculturais por trás de suas percepções e atitudes será muito importante.

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    Ahimsa Campos-Arceiz checa um elefante morto, vítima de conflitos entre humanos e elefantes, no sudeste do Sri Lanka. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.

    Mongabay: E que medidas de conservação você sugeriria para o elefante africano da floresta?

    Stephen Blake: Sempre gira sobre os mesmos pontos: proteção, manejo de animais selvagens, educação e divulgação , trabalho com os lideres de comunidades para gerar suporte local e bom manejo dos recursos naturais. Infelizmente isso tem fracassado e continua fracassando porque os recursos simplesmente não estão presentes. Você sabe, a África central está afundando cada dia mais em relação aos problemas ambientais e sociais: no Congo, estamos vendo uma geração que está começando a amadurecer, teve pouca educação e tem tido poucas oportunidades de trabalho. Os grandes impulsionadores das atividades econômicas – os chineses, por exemplo – estão trazendo sua própria mão de obra para as operações de extração de madeira e mineração, ao mesmo tempo em que o desejo mundial de ajuda internacional e filantropia está diminuindo rapidamente.

    Então, trabalhar com o setor privado é importantíssimo para a conservação do cenário. Investimentos em conservação têm que estar ligados às forças do mercado de venda de madeira, minerais e óleo. Companhias sem consideração pelo meio ambiente devem ser penalizadas, enquanto as que são “boas” têm que ser recompensadas. No entanto, como nós vemos todos os dias, isso é difícil, na prática. Você já viu as últimas noticias sobre a British Petroleum? sua estratégia de crescimento permanece a mesma, depois do enorme derramamento de óleo no desastre do Golfo do México. Sempre há um mercado por aí, mesmo que a companhia seja “boa” ou “ruim,” e, com o crescente aumento da demanda global, principalmente em mercados asiáticos, serão os preços da matéria -prima no mercado em crescimento, e não os produtos ambientais de luxo e top de linha, que contarão. Preços baixos não podem ser mantidos, se as companhias têm que investir em bom manejo de estradas, em combate à caça ilegal e em outras práticas ambientais e sociais.

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    Monyaka é um típico pigmeu caçador ilegal de elefantes. Monyaka já matou bem mais de 100 elefantes, valendo milhares de dólares em marfim. Na maioria das vezes, ele foi pago por seu marfim com bebidas alcoólicas ou cigarros. Foto: Stephen Blake.

    Receio que uma forte mentalidade não politicamente correta deve ser imposta em parques nacionais até que haja uma nova ordem mundial de avaliação do valor dos recursos naturais… simplesmente não há um incentivo financeiro ou outros benefícios para fazer com que as comunidades locais se interessem em conservar elefantes, exceto em poucas áreas bem subsidiadas, como vilas onde a população é empregada por parques, mas o desafio é como fazer isso com os constantemente decrescentes recursos financeiros e as crescentes ameaças externas, que, a cada dia, se aproximam mais das bordas dos parques nacionais. Um plano de uso da terra que respeite as necessidades de espécies que percorrem espaços muito amplos, como os elefantes, um forte reforço nas leis e estabilidade socioeconômica, política e ambiental estão entre as possíveis soluções, mas a África Central (assim como o resto do mundo) está bem longe de alcançar essas coisas.

    Mongabay: O que você gostaria de ver como o próximo passo para pesquisas sobre elefantes como megajardineiros?

    Stephen Blake: Acho que muitas pesquisas devem ser feitas agora. Nós precisamos olhar para coisas como o benefício de carbono gerado por dispersão feita por elefantes. qual é o ganho geral de carbono de ter elefantes plantando espécies de árvores de madeira de lei, que têm alta densidade de madeira, comparativamente com espécies que têm baixa densidade de madeira e são dispersadas por outros meios ? Há alguns trabalhos interessantes sobre isso que estão começando. Manter uma floresta rica em mamíferos intacta pode fornecer benefícios de carbono tangíveis, e, já que a única moeda que o mundo entende atualmente é dinheiro baseado em uma economia lastreada no petróleo, nós temos de aproveitar isso, por mais imperfeito que seja.

    Ahimsa Campos-Arceiz: Precisamos de muita pesquisa de base. Precisamos que estudantes asiáticos estudem frugivoria e dispersão de sementes por elefantes em diferentes ambientes, principalmente em florestas tropicais do sul e do sudeste asiático. Precisamos identificar os mecanismos de dispersão de muitas plantas com a síndrome da megafauna. E também precisamos identificar mudanças que estão ocorrendo na estrutura da floresta depois da perda de elefantes e de outros herbívoros de grande porte (ex.: rinocerontes da floresta).

    Mongabay: O que o público em geral pode fazer para ajudar?

    Ahimsa Campos-Arceiz: Essa é uma pergunta difícil. Eu incentivaria muito que pessoas morando perto de elefantes entendessem que conflitos entre humanos e elefantes fazem parte, e não tem como isso ser solucionado, a não ser que todos os elefantes sejam removidos.

    Para os que não moram perto de elefantes, eu os incentivaria a fazer contribuições financeiras para organizações de conservação e pesquisa, porque fundos são uma limitação séria na realização de projetos para a conservação de elefantes; a tornarem-se consumidores bem informados e diminuírem o consumo de produtos que prejudicam os habitats de elefantes (ex.: produtos que contêm óleo de palma produzido sem sustentabilidade, ou madeira proveniente de extrações ilegais); e a ficarem cientes de que alguns shows e atividades com elefantes na Ásia dependem do fornecimento insustentável de animais que vêm de populações selvagens, e isso não deve ser incentivado.

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    Uma vítima da matança ilegal dos elefantes. A mãe desse filhote foi morta enquanto invadia plantações em uma concessão de petróleo. Foto: S. Deem.

    Stephen Blake: Além de tudo isso, precisamos gerar ideais maiores na população, que vão além do próximo carro e de uma grande casa, como objetivo de vida… precisamos fazer com que as pessoas pensem na conexão entre a compra de um produto barato e a razão pela qual ele é barato. Por que comidas orgânicas são caras? Porque elas vêm de fontes que são administradas ecologicamente. No primeiro mundo, todas as comidas deveriam custar isso, e, como sociedade, nós deveríamos comer menos e consumir menos. Mas essa não é a realidade econômica. Por que os carros nos Estados Unidos são tão grandes? Porque o preço do combustível é muito barato. Quais são as consequências de gasolina barata e carros enormes? Quantos americanos e europeus entram em suas grandes SUVs quando saem de suas enormes casas e param um segundo para pensar nas consequências do que eles estão fazendo, e se tudo isso não significa um pouquinho de desperdício? Elefantes são simplesmente mais um recurso natural que envolve, por um lado, a ganância humana, e, por outro, a necessidade humana. De alguma forma, nós precisamos que as pessoas se refamiliarizem com a natureza, ou elas não terão a menor ideia da interrelação entre causa e efeito. Essa mudança filosófica será tarde demais para os elefantes, isso se ela realmente acontecer, e, com a estimativa de 9 bilhões de pessoas no mundo daqui a pouco, o tsunami vai simplesmente varrer as últimas nobres áreas selvagens e levar, no processo, seus recursos naturais, elefantes e todo o resto.

    CITAÇÃO: Ahimsa Campos-Arceiz and Stephen Blake. Megagardeners of the forest – the role of elephants in seed dispersal. Acta Oecologica. 2011. doi:10.1016/j.actao.2011.01.014.

    Uma elefanta asiática de cativeiro, Milennium Elephant Foundation, Sri Lanka. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.


    Casa atacada por elefantes, para consumir arroz armazenado, Sudeste do Sri Lanka. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.


    Um jovem macho curioso de elefante de floresta reestabelecendo sua presença em uma área de conservação de sucesso, Nouable-Ndoki, Norte do Congo. Foto: Stephen Blake.


    Loja na rua principal em Bangassou, na República Centro-Africana, com uma propaganda para a caça de elefantes. Essa loja fica a 180 metros de um serviço de proteção de animais selvagens. Foto: L. Williamson.


    A não implementação da lei resulta em que a carne de elefante é oferecida para venda abertamente em mercados de vilas e vilarejos, na República Centro-Africana. Foto: L. Williamson.


    Comércio de marfim no aeroporto de Lagos, na Nigéria. Foto: D. Stiles.


    O entalhe de marfim tem uma longa história na Europa e na Ásia. Foto: D. Stiles.


    Dois elefantes asiáticos machos brincando no Parque Nacional de Udawalawe, Sri Lanka. Foto: Ahimsa Campos-Arceiz.

    Link para o artigo original

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    O Santuário de Elefantes Brasil (SEB) é uma organização sem fins lucrativos que ajuda a transformar as vidas e o futuro dos elefantes cativos da América do Sul, devolvendo a eles a liberdade de poder ser quem querem e merecem ser – elefantes.

     

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    Temos falado bastante, recentemente, sobre as habi Temos falado bastante, recentemente, sobre as habilidades emocionais dos elefantes, especialmente enquanto eles enfrentam o luto. Sabemos — e vemos diariamente nas experiências que compartilhamos com as meninas do Santuário de Elefantes Brasil — que os elefantes são animais altamente inteligentes emocionalmente. No EleFact de hoje, vamos observar como a biologia ajudou esses animais a se tornarem os seres emocionais que são.

Está provado que, além de terem corpos grandes, os elefantes também possuem cérebros bastante volumosos. Estudos mostram que eles têm um hipocampo muito grande e altamente complexo — a parte do cérebro que contribui significativamente para as emoções, está ligada à memória de curto e longo prazo e auxilia na navegação. Pesquisadores descobriram que o hipocampo dos elefantes ocupa 0,7% das estruturas centrais do cérebro, em comparação com apenas 0,5% nos humanos.

Biologicamente, podemos atribuir com bastante segurança muitas das capacidades emocionais dos elefantes à sua constituição mental — mas parece que algumas respostas vêm de um lugar ainda mais profundo do que o cérebro. Os elefantes são complexos, e talvez nunca consigamos compreender totalmente certos aspectos do que eles sentem, sabem ou lembram. A habilidade que têm de se conectar uns com os outros (e, às vezes, até conosco), de se comunicar emocionalmente e de entender os sentimentos de outros pode nunca ser completamente explicada; algumas coisas talvez sejam segredos que pertencem somente a eles.
    Devido à localização do habitat das fêmeas asi Devido à localização do habitat das fêmeas asiáticas, os tratadores frequentemente conseguem ouvir as vocalizações das elefantas mesmo lá de cima, na cozinha e nos escritórios. Não é incomum que o som de uma ou duas trombetas ecoe por toda a propriedade, mas, nessa tarde em especial, Maia parecia estar particularmente entusiasmada com alguma coisa — e tinha muito a comunicar. Era hora do café da manhã e, depois de ouvirem alguns chamados cheios de animação, os tratadores decidiram descer para levar a comida e confirmar se todas estavam realmente tão felizes quanto pareciam. Mantiveram distância a princípio, para não interferir no que quer que estivesse acontecendo, e o que encontraram foi nada menos que uma alegre bagunça.

Como se pode ver, Maia decidiu colocar todo o coração na brincadeira com Bambi. As duas estavam cheias de energia, com as caudas esticadas para trás enquanto se encostavam de forma divertida. Frequentemente ficavam lado a lado ou encostadas uma na outra. Maia corria de um lado ao outro do recinto, enquanto Bambi se voltava para um arbusto próximo, balançando-o com toda a força. Em determinado momento, Maia encontrou um galho grande e o trouxe para que ambas pudessem se exibir com ele. Depois de alguns minutos, Maia parecia tomada pela própria empolgação, abaixando-se sobre os cotovelos e esfregando o rosto no chão de forma brincalhona.

Guillermina, por sua vez, preferiu observar de longe. Quando Maia e Bambi começaram a se aproximar dela, Guille rapidamente se afastou para o outro lado do recinto. Observava tudo, mas sem parecer completamente à vontade para participar da brincadeira das duas. Era algo que também víamos acontecer com Guida, que costumava manter certa distância quando Maia ficava muito animada. Seja qual for o motivo, a energia de Guille não parecia acompanhar o ritmo das suas “tias”.

Como os tratadores se mantiveram afastados durante boa parte do vídeo, foi possível registrar vários minutos desse momento de diversão. A interação vibrante entre Maia e Bambi durou muito mais do que o que se vê nas imagens — minutos de pura alegria e de gratidão por testemunhar a amizade que se formou entre essas duas elefantas especiais.
    Kenya tem voltado a se abrir depois de algumas sem Kenya tem voltado a se abrir depois de algumas semanas mais quieta do que o normal. Certamente ainda está processando a perda de Pupy, mas agora está dormindo menos e explorando mais — o que é ótimo tanto para sua mente quanto para seu corpo. Caminhar estimula seu raciocínio e, ao andar em superfícies naturais, as almofadas doloridas de suas patas estão, pouco a pouco, se desgastando de forma saudável.

Além dos horários regulares das refeições, os tratadores de Kenya também a visitam bem cedo pela manhã e mais tarde à noite. Às vezes, ela quer interagir; em outras, prefere ficar sozinha — e isso é perfeitamente natural. Kenya tem estado muito mais vocal ultimamente e com energia visivelmente mais alta. Temos visto seu lado mais leve com sons divertidos e até algumas pequenas “danças” aqui e ali.

Seu lamaçal, o Club Mud, ganhou recentemente uma renovação. A camada inferior de lama foi removida e substituída por uma nova camada de argila. Os montes ao redor do poço também foram reforçados, criando áreas mais macias para se deitar e se cobrir de pó. Essa lama tem uma cor especialmente intensa, então Kenya costuma aparecer coberta com um “manto” vermelho do santuário. O lamaçal é encanado, com água corrente que o mantém fresco, macio e não estagnado. No vídeo, ele ainda estava enchendo, e o nível da água subiria conforme o fluxo continuasse.

Kenya tem passado bastante tempo ali, se cobrindo de lama extra para afastar insetos e se proteger do sol. Quando o vídeo foi gravado, já estava quase na hora de sua soneca pós-refeição, então ela parecia um pouco sonolenta. Mas, à medida que o lamaçal fica mais lamacento, Kenya logo volta ao trabalho de se manter suja e feliz.
    Era hora do jantar quando os tratadores seguiram e Era hora do jantar quando os tratadores seguiram em direção ao ponto onde os Recintos 1 e 5 do Habitat das Fêmeas Asiáticas se encontram. Eles viram cinco elefantas próximas umas das outras, quase parecendo que estavam no mesmo recinto. Não estavam, mas as cinco elefantas asiáticas estavam em recintos adjacentes, separadas apenas pela cerca. Já fazia um tempo que as meninas não ficavam tão perto assim, e os tratadores não quiseram interromper o momento, então pararam os quadriciclos mais longe do que o habitual e mantiveram uma distância respeitosa.

Guillermina estava bem junto à cerca, quase frente a frente com Mara, que fazia vários sons agudos. Rana estava ao lado de Mara, observando tudo em silêncio. Bambi começou a se aproximar de Mara e Rana, mas acabou parando no meio do caminho, sem ir mais adiante. Depois de alguns minutos, Guille começou a andar de um lado para o outro entre os dois grupos, como se quisesse manter um olho em Bambi para ter certeza de que ela estava bem, mas ainda aproveitando alguns momentos com Mara.

Embora Mara e Rana tenham sido um pouco cautelosas no passado ao passar tempo com Guille, por causa de sua natureza mais intensa, Mara escolheu não se afastar dela. Maia acabou dando alguns passos à frente, e ela e Mara compartilharam um momento tranquilo, tocando as trombas. Mara parecia ser quem estava conduzindo todo o encontro, e os tratadores disseram que foi uma das interações mais respeitosas que já viram entre Guille, Mara e Rana.

Rana decidiu que estava com fome e se afastou do grupo em direção à cerca para o jantar. A escolha de Bambi de manter distância exemplifica a importância do espaço e da autonomia no santuário. Ela não precisou dividir o espaço com outra elefanta que a deixava desconfortável — e tinha liberdade para se afastar mais, se quisesse.

Nesta foto, é possível ver Rana à esquerda, se afastando do grupo, enquanto Mara está de frente para Guille, do outro lado da cerca. A elefanta que aparece saindo do enquadramento, à direita, é Maia.
    Muitos de vocês têm curiosidade sobre como é um Muitos de vocês têm curiosidade sobre como é um dia típico no Santuário de Elefantes Brasil. A rotina varia para cada uma, mas há uma estrutura geral que seguimos. Fazer parte do funcionamento diário ajuda a compreender o que está envolvido no cuidado de um elefante. Cada ação é importante para manter um ambiente saudável para as meninas que chamam o SEB de lar.
Todas as manhãs, os tratadores chegam antes das 8h. A maioria mora na vila mais próxima, a 25 minutos. Parte da equipe trabalha na cozinha, cortando frutas e legumes, além de preparar porções extras para as que receberão tratamentos. Os tratadores montam a refeição — feno, grãos e bolinhas de remédio — e seguem para os recintos. As elefantas asiáticas e africanas têm tratadores dedicados. Rana e Bambi recebem tratamentos homeopáticos, então alguém passa por seu recinto meia hora antes do café.

O habitat asiático fica descendo o morro, abaixo dos escritórios. No caminho, a equipe verifica as bombas de água. Alguém corta folhas de palmeira, e tratadores entram em um dos recintos para limpeza, enquanto o restante faz a checagem.
Por volta das 12h, chega a hora do almoço. Com boa comida e descanso, muitos aproveitam para tirar um cochilo. Após o almoço, alguns cuidam dos animais em reabilitação, enquanto outros visitam o centro de fauna.
À tarde, o foco volta-se a tarefas de manutenção — pintura, roçagem e reparos. Por volta das 16h, os tratadores pegam baldes de frutas e saem em busca das elefantas. Elas podem ter se afastado, então a equipe posiciona os alimentos em locais visíveis. Enquanto as elefantas estão em recintos vizinhos, os tratadores "decoram" as áreas, espalhando comida para incentivá-las a explorar.
Atualmente, alguns tratadores moram no santuário e cuidam da refeição noturna de Kenya. Quando ela tiver acesso a outro recinto (o Recinto 4 está quase pronto), talvez descanse nas áreas mais profundas.
Durante o expediente, quem está no escritório acompanha as elefantas pelas câmeras, garantindo que estejam bem sem interromper seus momentos de tranquilidade. E então, no dia seguinte, tudo começa outra vez — com o mesmo amor, dedicação e respeito que movem cada passo do trabalho no Santuário.
    A foto do Sorriso de Domingo desta semana mostra K A foto do Sorriso de Domingo desta semana mostra Kenya em um momento que parece pensativo, logo após seus petiscos noturnos. As noites no santuário têm uma qualidade mágica, especialmente em dias claros como este, quando as estrelas se estendem por todo o céu sem fim.

Só podemos imaginar o que Kenya deve ter sentido em suas primeiras noites no santuário, finalmente livre dos ruídos da cidade grande. Agora, ela adormece ao som do vento nas árvores, dos insetos cantando e dos morcegos voando sobre sua cabeça.

É um mundo completamente diferente para Kenya — mas, sem dúvida, ela se adaptou lindamente a ele.
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